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Dois Bêbados

30 de setembro de 2020

| Adelmo Oscar Struecker

Dois amigos bêbados voltavam para casa altas horas da madrugada. No caminho, bem na chegada, havia um rio  que deviam atravessar num pequeno barco a remo. Não era um rio tão grande. Um bom remador podia atravessá-la em mais meia hora.

Tontos como estavam, entraram no barco e decididamente começaram a remar, na mais completa escuridão da noite.

Remaram cinco, dez, 15 minutos e depois de horas remando perceberam que ainda não haviam chegado à terra firme. Disseram para si mesmos: “Exageramos na dose. Será que estamos indo na direção certa?”.

Remaram mais depressa. Deram tudo de si. Reuniram todas as forças que àquela hora ainda restavam. E nada. Não chegavam à terra firme. Disseram conformados: “Parece que o barco está rodando em volta de nossas cabeças”.

Fizeram, então, um esforço para remar em linha reta e aceleraram as braçadas. Mas o tempo passava e nunca chegavam à outra margem.

Intrigados, sem saber o que estava acontecendo, acomodaram-se no barco e dormiram um pouco. O jeito era esperar amanhecer para decifrar aquele mistério.

Com os primeiros raios do sol, acordaram meio atordoados e, olhando em volta, perceberam surpresos: “Ô gente, esquecemos de desamarrar o barco”.

Com efeito, o barco estava bem amarrado à margem num tronco de uma árvore. Ele não havia sequer saído do lugar, mesmo tendo remado a noite toda.

Por isso, veja bem o que amarra você ou que no que você está amarrado? Você está amarrado aos pecados e  erros do passado e nunca os confessou? Você está amarrado às superstições? O que te amarra e não te deixa progredir? Você luta, rema e nada funciona? Como a noite desses dois homens fala com você hoje?